Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro

 



O ponto de equilíbrio de um modo geral é o ponto em que as receitas totais se igualam aos custos totais. Pode-se dizer também, que é o ponto a partir do qual é possível auferir lucro, e antes do qual uma empresa obtém prejuízo.

Admitindo-se, por simplificação, que não há diferença entre receita bruta e receita líquida. E sendo a margem de contribuição unitária a diferença entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis. É possível derivar o ponto de equilíbrio, em termos de quantidade, da seguinte forma:


Onde: RT é a receita total; CT o custo total; CF o custo fixo total; CV os custos e despesas variáveis total; CVM os custos e despesas variáveis médio; QT a quantidade total no ponto de equilíbrio; Pu o preço unitário e MCu é a margem de contribuição unitária.

Para obter o ponto de equilíbrio em unidades monetárias basta multiplicar a quantidade no ponto de equilíbrio pelo preço unitário. Como segue:

Utilizaremos em nossos exemplos o ponto de equilíbrio expresso em termos de unidades monetárias.


Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)

Admitindo-se, por exemplo, que um certo produto tenha custos e despesas variáveis médio que correspondam a 70% do preço unitário, e um custo fixo de 20 mil reais da empresa. Podemos calcular o ponto de equilíbrio contábil da forma que segue abaixo:

Assim, pode-se dizer que a empresa tem lucro contábil a partir da receita total de 66.666,67 reais. Ou seja, a partir desse valor a empresa cobre seus custos fixos e variáveis.

 

Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)

Utilizando ainda o exemplo anterior, uma margem de contribuição de 30% do preço e um custo fixo de 20 mil reais. Para chegarmos ao ponto de equilíbrio econômico é preciso somar ao custo fixo, um custo de oportunidade. Esse custo de oportunidade pode ser representado por um lucro mínimo exigido pelo capitalista, que ele espera auferir por ter abandonado outra alternativa de investimento de risco similar. Assumiremos que esse lucro mínimo exigido pelo capitalista é de 5 mil reais. Desse modo, o ponto de equilíbrio econômico pode ser expresso da seguinte forma:

Na análise do ponto de equilíbrio econômico, a receita total a partir da qual é possível se auferir lucro é 83.333,33 reais. Diferentemente do PEC, onde a receita era de 66.666,67 reais. Isso ocorre porque há uma diferença entre o conceito de custo total para as Ciências Econômicas e as Ciências Contábeis, o que enseja uma diferença entre os conceitos de lucro contábil e lucro econômico. O custo total para Economia deve contemplar o custo de oportunidade. Assim, é possível dizer que ao nível de receita de 66.666,67 reais a empresa obtém prejuízo econômico.

 

Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)

Dos custos fixos, nem todos são desembolsáveis, como é o caso da depreciação, apontada periodicamente na DRE, mas não representa necessariamente saída de caixa no período. Desse modo, mesmo em situação de prejuízo contábil, ou seja, mesmo, no exemplo anterior, auferindo receita inferior a 66.666,67 reais, é possível a empresa estar em equilíbrio financeiro sob a ótica do ponto de equilíbrio.

Assim, mais uma vez, para uma margem de contribuição de 30% do preço unitário e um custo fixo de 20 mil reais. E para uma depreciação de 2 mil reais. Segue o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro:


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